"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem" João Guimarães Rosa
sábado, 24 de outubro de 2015
domingo, 11 de outubro de 2015
Nomes são gaiolas - Linda crônica de Rubem Alves
“Nomes são gaiolas”, é o que diz Rubem Alves nessa crônica sobre a
função dos nomes - 22 jul, 2015
Rubem, eu tenho um sonho. Sonho que um dia qualquer eu vou acordar e vou
ter esquecido o meu nome. Quem sou eu? – eu vou me perguntar. E eu não saberei
o que responder. Não terei memória do meu nome. O ruim é quando a gente esquece
o nome, mas os outros continuam a saber quem somos. Aí os psiquiatras dizem que
tivemos um ataque de amnésia. E tratam de nos curar, de fazer-nos lembrar o nome
para que saibamos quem somos. O nome é uma gaiola onde o que somo mora.
Declaram-nos curados quando o nosso ser aparece de novo dentro da gente. Aí
eles teriam perdido a memória da gaiola que prendia o nosso ser. E o nosso ser
transformaria em pássaro e voaria livre por espaços por onde nunca havia voado.
O nome é uma prisão.
Compreendi, então, o curioso costume de um povo primitivo que sempre dá
dois nomes às pessoas. O primeiro deles é o nome igual ao nosso, anunciado,
falado, escrito, conhecido, a gente grita o nome e a pessoa responde, o nome é
falado e todo mundo sabe sobe quem estamos falando. O outro nome só a própria
pessoa sabe. O primeiro nome é nome falso, apenas para efeitos práticos, uma
mentira socialmente necessária. O outro nome, secreto, é o lugar onde mora o
meu ser verdadeiro, que é muito diferente do outro. Assim, por meio desse
artifício, todo mundo sabe que ninguém está preso dentro de uma gaiola de sons,
que não se pode exigir que a pessoa seja, no futuro, aquilo que foi guardado no
saco do nome, no passado. Cada pessoa tem, dentro de se, um segredo, um
mistério. Cada burrinho pedrês tem, dentro de si, um cavalo selvagem. Cada pato
doméstico te, dentro de si, um ganso selvagem. Cada velho tem, dentro de si,
uma criança que deseja brincar.
Acho que era isso que o Amílcar estava dizendo:
Se eu esquecer o meu nome e se os outros não exigirem que eu continue a
ser o que sempre fui, então alguma coisa nova poderá nascer da velha: uma fonte
no deserto. Afinal de contas, esta é a suprema promessa do evangelho: que os
velhos nascerão de novo e virarão crianças.
BOA NOITE !!!
Explorando os numerais: sequência e quantidades
Com materiais acessíveis, podemos confeccionar desafios onde a criança constrói o seu conhecimento . Mais uma sugestão matemática...
Jogo: Calculando as quantidades
Material produzido para a exploração de numerais, lateralidade, contagem, adição e subtração.
“Quando se trata de
matemática, sempre que pedimos a uma criança ou a um grupo para dizer o que
fizeram e porque o fizeram, ou quando solicitamos que verbalizem os
procedimentos que adotaram, justificando-os, ou comentem o que escreveram,
representaram, esquematizaram, relatando as etapas de sua pesquisa, estamos
permitindo que modifiquem conhecimentos prévios e construam novos significados
para as ideias matemáticas” (CÂNDIDO, 2001, p.17).
Jogo: Dominó da Alfabetização
Através de um único jogo, podemos criar inúmeras situações didáticas e desafios cognitivos individuais ou a pequenos grupos no processo ensino aprendizagem.
Abaixo, alguns materiais confeccionados à partir desse jogo de meu acervo pessoal, bem como momentos vivenciados e algumas explorações diferenciadas conforme o nível de hipótese de escrita dos alunos envolvidos.
"O jogo não é simplesmente um “passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em que se vive.
Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente, testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogar é essencial para que a criança manifeste sua criatividade, utilizando suas potencialidades de maneira integral. É somente sendo criativo que a criança descobre seu próprio eu."
Ahhhhh...Rubem Alves, maravilhoso !!!
"O filósofo francês Gaston
Bachelard tem um texto que diz que somos uma civilização ocular. Trabalhamos e
conhecemos com os olhos, não com as mãos. Às vezes eu brinco que os pensamentos
começam com as mãos, estão ligados àquilo que a gente faz. As escolas, porém,
estão concentradas apenas em atividades cerebrais. Falam em construtivismo, mas
não o praticam. Aliás, todo mundo acha que isso é uma novidade, mas o
Giambattista Vico, um filósofo do século 16, já falava que só podemos conhecer
aquilo que construímos, com as mãos ou com a cabeça. Se a questão é essa, eu
devo construir não só intelectualmente mas também de forma prática. É isso que
desenvolve o prazer de fazer as coisas."
Rubem Alves: "Só
aprende quem tem fome" - Nova Escola
Colherando a Matemática: confira material que produzi !!!
Com o objetivo de explorar as funções mentais, algumas noções básicas de quantidade, sequência, cores, grandeza e também práticas de leitura e escritas, confeccionei esse material para o aluno interagir e aprender, brincando !
Intitulei-o de : COLHERANDO A MATEMÁTICA !!!
Intitulei-o de : COLHERANDO A MATEMÁTICA !!!
"Os gregos diziam que o pensamento começa quando a gente fica meio
abobalhado diante de um objeto. Eles tinham até uma palavra para isso -
thaumazein. Nesse sentido, a resposta é sim, pois aquele objeto representa um
enigma. Você tem a mesma sensação de quando está diante de um mágico, ele faz
uma coisa absurda e você quer saber como ele conseguiu aquilo. Com as coisas da
vida é o mesmo. " Rubem Alves
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