Síndrome de Down
Dificuldade de visão
Embora os alunos com Síndrome de Down costumem ser muito bons em
aprender visualmente e sejam capazes de utilizar este habilidade para aprender
o currículo, muitos têm alguma dificuldade de visão: de 60 a 70% usam óculos
antes dos 7 anos e é importante diagnosticar e sanar as dificuldades que eles
possuem.
ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Escreva com letras maiores
- Faça apresentações simples e claras
Dificuldade de audição
Muitas crianças com Síndrome de Down têm alguma perda auditiva,
especialmente nos primeiros anos. Até 20% apresentam perda sensorial-neural,
causada por defeitos no desenvolvimento do ouvido e nervos auditivos. Outros
50% podem ter perda auditiva ocasionada por infecções respiratórias que costumam
ocorrer por conta dos canais auditivos mais estreitos. É especialmente
importante checar a audição da criança porque ela afetará sua fala e linguagem.
A clareza da audição também pode ser flutuante e é importante
identificar que respostas inconsistentes podem ser fruto de deficiência
auditiva e não falta de entendimento ou atitude indesejada.
ESTRATÉGIAS
- Coloque o aluno mais à frente
- Fale diretamente ao aluno
- Reforce o discurso com expressões faciais, sinais ou gestos
- Reforce o discurso com material de apoio visual – figuras, fotos,
objetos
- Escreva novo vocabulário no quadro
- Quando outros alunos responderem, repita suas respostas alto
- Diga de outra forma ou repita palavras e frases que possam ter sido
mal-entendidas
Sistema motor fino e grosso
Muitas crianças com Síndrome de Down têm flacidez muscular (hipotonia),
o que pode afetar sua habilidade motora fina e grossa. Isso pode atrasar as
fases do desenvolvimento motor, restringindo experiências dos primeiros anos,
tornando o desenvolvimento cognitivo mais lento. Na sala de aula, o
desenvolvimento da escrita é especialmente afetado.
ESTRATÉGIAS
- Oferecer exercícios extras, orientação e encorajamento – todos as
habilidades motoras melhoram com a prática.
- Oferecer atividades para o fortalecimento do pulso e dedos, como por
exemplo alinhavar, seguir tracinhos com o lápis, desenhar, separar, cortar,
apertar, construir, etc.
- Usar um grande leque de atividades e materiais multi-sensoriais.
- Procurar que as tividades sejam o mais significativas e prazerosas
possível.
Dificuldade de fala e de linguagem
Crianças com Síndrome de Down típicas possuem dificuldade de fala e
linguagem e devem ser atendidas regularmente por fonoaudiólogos que podem
sugerir atividades individualizadas para promover o desenvolvimento de sua fala
e linguagem.
O atraso na linguagem é causada por uma combinação de fatores, alguns
deles físicos e alguns devido a problemas cognitivos e de percepção. Qualquer
atraso em aprender a entender e usar a linguagem pode levar a um atraso
cognitivo. O nível de conhecimento e entendimento e, logo, a habiliade de
acessar o currículo vai inevitavelmente ser afetada. Habilidades receptivas são
mais desenvolvidas do que habilidades de expessão. Isso quer dizer que as
crianças com Síndrome de Down entendem mais do que são capazes de expressar.
Como resultado disso, as habilidades cognitivas destes alunos são
freqüentemente subestimadas.
ATRASO NA AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM
- Vocabulário menor, levando a um conhecimento geral menor.
- Dificuldade de aprender regras gramaticais (não usar vocábulos de
conexão, preposições, etc), resultando num estilo telegráfico de discurso.
- Habilidade para aprender vocabulário novo mais fácilmente do que as
regras gramaticais.
- Maiores problemas em aprender e usar linguagem social.
- Maiores problemas em entender linguagem específica apresentada no currículo.
- Dificuldade em compreender instruções.
Além disso, a combinação de ter uma boca menor e músculos da boca e da
língua mais fracos torna a formação das palavras fisicamente mais difícil, e
quanto maior a frase maiores ficam os problemas de articulação.
Problemas de fala e linguagem para estas crianças normalmente significam
que menos oportunidades lhes são oferecidas para manter uma conversação. É mais
difícil para eles pedir informação ou ajuda. Os adultos costumam fazer
perguntas fechadas, ou terminar uma frase pelas crianças sem lhes dar tempo
para falarem por si próprios nem ajudar para que eles consigam fazê-lo.
A consequência disso é que a criança:
- Ganha menos experiência de linguagem que lhe dê oportunidade de
aprender novas palavras e estruturas de período.
- Tem menos oportunidade de praticar para tentar falar com mais clareza.
ESTRATÉGIAS
- Dar tempo para o processamento da linguagem e para responder.
- Escutar atentamente – seu ouvido irá se acostumar.
- Falar frente à frente e com os olhos nos olhos do aluno.
- Usar linguagem simples e familiar, com frases curtas e enxutas.
- Checar o entendimento – pedir para a criança repetir instruções dadas.
- Evitar vocabulário ambíguo.
- Reforçar a fala com expressões faciais, gestos e sinais.
- Ensinar a ler e usar palavras impressas para ajudar a fala e a
pronúncia.
- Reforçar instruções faladas com instruções impressas, usar também
imagens, diagramas, símbolos e material concreto.
- Enfatizar palavras-chave reforçando-as visualmente.
- Ensinar gramática com material impresso, cartões de figuras, jogos,
figuras de preposições, símbolos, etc.
- Evitar perguntas fechadas e encorajar a criança a falar além de frases
monosilábicas.
- Encorajar o aluno a falar em voz alta na sala dando a ele estímulos visuais.
Permitir que eles leiam a informação pode ser mais fácil para eles do que falar
espontaneamente.
- O uso de um diário para casa e escola pode ajudar os alunos a contar
suas “ novidades”.
- Desenvolver a linguagem através de teatro e faz-de-conta.
- Encorajar o aluno a liderar.
- Criar oportunidades onde ele possa falar com outras pessoas, por
exemplo, levar mensagens, etc.
- Providenciar várias atividades e jogos de ouvir por pouco tempo e
materiais visuais e táteis para reforçar a linguagem oral e fortalecer as
habilidades auditivas.
DÉFICIT DE MEMÓRIA AUDITIVA RECENTE E NA
HABILIDADE DE PROCESSAMENTO AUDITIVO
Outros problemas de fala e linguagem em crianças com Síndrome de Down
surgem por conta de dificuldades na memória auditiva recente e nas habilidades
de processamento auditivo. A memória auditiva recente é a memória armazenada
usada para manter, processar, entender e assimilar a língua falada o tempo
suficiente para responder. Qualquer déficit na memória auditiva recente vai
afetar consideravelmente a habilidade do aluno em responder a palavra falada ou
aprender a partir de situações que se prendam somente a sua habilidade
auditiva. Além disso, eles acham mais difícil seguir e lembrar de instruções
verbais.
ESTRATÉGIAS
- Limite a quantidade de instruções verbais a uma de cada vez.
- Dê tempo à criança para processar e responder às colocações verbais.
- Repita individualmente para o aluno qualquer informação ou instrução
que foi dada a classe como um todo.
- Tente evitar instruções ou discussões na classe que sejam muito
longas.
- Planeje traduções visuais e-ou atividades alternativas.
Lembre-se: em geral, crianças com Síndrome de Down têm fortes
habilidades de aprendizagem visual mas não são bons aprendizes auditivos.
Sempre que possível eles necessitam de apoio visual e concreto e materiais
práticos para reforçar as informações auditivas.
Capacidade de concentração mais curta
Muitas crianças com Síndrome de Down têm uma capacidade de concentração
mais curta e são facilmente distraídos. Além disso, a intensidade do
aprendizado com apoio, especialmente quando ele se dá individualmente, é muito
maior e a criança se cansa mais facilmente do que a criança que não necessita
deste apoio.
ESTRATÉGIAS
- Construa uma gama de tarefas curtas, focalizadas e definidas
claramente nas aulas.
- Varie o nível de demanda de tarefa para tarefa.
- Varie o tipo de apoio.
- Use os outros colegas para manter o aluno trabalhando.
- Na hora da rodinha, situe o aluno próximo ao professor (sem sentar no
colo!).
- Providencie um quadrado de carpete para que a criança fique sentada no
mesmo lugar.
- Trabalhar no computador às vezes ajuda a manter o interesse da criança
por mais tempo.
- Crie uma caixa de atividades. Isso é útil para as horas em que a
criança terminou sua atividade antes de seus colegas, precisa mudar de tarefa
ou precisa dar um tempo. Coloque uma série de atividades que o aluno gosta de
fazer, incluindo livros, cartões, jogos de manipulação, etc. Isso encoraja a
escolha dentro de uma situação estruturada. Deixar que outra criança participe
é uma boa maneira de encorajar amizade e cooperação.
GENERALIZAÇÃO, PENSAMENTO ABSTRATO E
RACIOCÍNIO
Quando uma criança tem deficiência de fala e linguagem, suas habilidades
de pensamento e raciocínio são inevitavelmente afetadas. Ela encontra mais
dificuldade em transferir suas habilidades de uma situação para outra.
Conceitos e assuntos abstratos podem ser particularmente difíceis de entender e
a capacidade de resolução de problemas pode ser afetada.
ESTRATÉGIAS
- Não assuma que o aluno vai transferir conhecimento automaticamente.
- Ensine novas habilidades usando uma variedade de métodos e materiais e
em vários contextos diferentes.
- Reforce o aprendizado de conceitos abstratos com materiais concretos e
visuais.
- Ofereça explicações adicionais e dê demonstrações.
- Encoraje a solução de problemas.
CONSOLIDAÇÃO E RETENÇÃO
Alunos com Síndrome de Down geralmente levam mais tempo para aprender e
consolidar coisas novas e a habilidade de aprender e absorver o aprendizado
pode variar de um dia para o outro.
ESTRATÉGIAS
- Ofereça mais tempo e oportunidade para repetições adicionais e
reforço.
- Apresente informações e conceitos novos de maneiras variadas, usando
material concreto, prático e visual, sempre que possível.
- Siga em frente mas sempre dê uma revisada para assegurar que coisas
aprendidas anteriormente não ficaram esquecidas com a assimilação das novas
informações.
ESTRUTURA E ROTINA
Muitas crianças com Síndrome de Down se dão bem com rotina, estrutura e
atividades focalizadas claramente. Situações informais e sem estrutura são
geralmente mais difícieis para eles. Eles também podem se sentir contrariados
com qualquer mudança. Podem precisar de maior preparação e podem levar mais
tempo para se adaptar às mudanças na sala de aula e nas transições.
ESTRATÉGIAS
- Explique sobre a grade de horários, rotinas e regras escolares
explicitamente, dando tempo e oportunidade para que aprenda.
- Providencie uma grade de horários visualmente atraente: use palavras,
desenhos, figuras e fotos.
- A progressão da aula durante o dia deve poder ser acompanhada pelo
horário.
- Quando uma grade visual não for apropriada, arrume uma série de fotos
ou figuras descrevendo as atividades escolares. Estas fotos podem ser mostradas
a criança antes da atividade ser começada.
- Certifique-se de que a crinaça sabe qual será a próxima atividade.
- Atenha-se à rotina sempre que possível.
- Prepare a criança com antecedência se souber que haverá alguma mudança
e informe os pais.
- Solicite a ajuda da criança na preparação para a atividade subsequente
dando-lhe uma tarefa específica.
INCLUSÃO SOCIAL
O objetivo primordial para qualquer criança de 5 anos entrar na escola é
a inclusão social. Como com qualquer criança, é muito mais difícil progredir
nas áreas cognitivas até que ela seja capaz de se comportar e interagir com os
outros de maneira socialmente aceitável e entender e responder apropriadamente
ao ambiente que a cerca. Todas crianças com Síndrome de Down se beneficiam em
se misturar com colegas com desenvolvimento típico. Muitas vezes eles ficam
felizes em agir como os colegas e geralmente os usam como modelos para o
comportamento social apropriado e motivação para aprender. Este tipo de
experiência social, quando existe a expectativa de que as outras crianças se
comportem e consigam fazer coisas de acordo com sua faixa etária, é
extremamente importante para as crianças com Síndrome de Down, que geralmente
tem um mundo mais confuso e menos maduro social e emocionalmente. Mesmo assim,
muitas delas precisam de ajuda adicional e apoio para aprender as regras para o
comportamento social apropriado. Elas não aprendem facilmente de forma
incidental e não pegam as convenções intuitivamente como seus colegas. Elas vão
levar mais tempo do que seus colegas para aprender as regras. O foco principal
da ajuda adicional nos primeiros anos deve ser aprender as regras do
comportamento social adequado.
ESTRATÉGIAS
- Reconhecer as principais rotinas do dia.
- Aprender a participar e responder apropriadamente.
- Responder a perguntas e instruções dadas oralmente.
- Aprender a respeitar a vez de cada um, dividir, dar e receber.
- Aprender a fazer fila.
- Aprender a sentar no chão na hora da rodinha.
- Aprender comportamentos apropriados.
- Aprender as regras da escola e da classe, tanto as formais quanto as
informais.
- Trabalhar independentemente.
- Trabalhar em cooperação com os outros.
- Fazer e manter amizades.
- Desenvolver de habilidades de auto-ajuda e tarefas práticas.
- Tomar conta, se preocupar com os outros.
HORA DE BRINCAR
Algumas ajudas adicionais na inclusão de crianças pequenas com Síndrome
de Down durante a hora da brincadeira podem ser necessárias. Porém, qualquer
ajuda de adulto que a criança tiver, se não for usado com sensibilidade, pode
erguer uma barreira entre a criança e seus colegas, o que, junto com a
dificuldade de fala e linguagem, pode tornar as coisas muito mais difíceis para
a criança com Síndrome de Down:
- Começar independentemente a brincar com outras crianças.
- Entender as regras do jogo.
- Entender as regras de “ser amigo”.
ESTRATÉGIAS
- Encoraje o aprendizado cooperativo em trabalho com um parceiro ou num
grupo pequeno.
- Não coloque sempre o aluno junto com o grupo menos capaz ou menos
motivado. Alunos com Síndrome de Down se beneficiam por trabalhar com crianças
mais capazes se as tarefas forem adequadamente diferenciadas.
- Promova a conscientização sobre as deficiências através de, por
exemplo, uma discussão com toda a classe ou a escola. É importante que os
alunos se familiarizem com o colega com Síndrome de Down, entendam seus pontos
fortes, seus pontos fracos, sua capacidade e também reconheçam que ele tem as
mesmas necessidades emocionais e sociais do que eles próprios.
- Se achar adequado, promova uma alternância de amigos ou um sistema de
colega de apoio para ajudar na inclusão.
- Use a ajuda dos colegas no lugar de adultos sempre que possível.
- Organize apoio para oferecer sessões de brincadeira estruturadas na
hora do recreio.
- Encoraje a participação do aluno em atividades extra-curriculares com
os colegas da escola (clubes de livro, esportes, etc).
- Encoraje habilidades de independência e vida prática, por exemplo,
dando-lhe responsabilidades – devolver livros, levar mensagens, etc.
- Encoraje-o a conhecer a si mesmo, respeitar a própria identidade,
promova sua auto-estima e auto-confiança.
- Promova o entendimento através de teatro, livros, figuras ou na hora
da rodinha.
COMPORTAMENTO
Não há problemas de comportamento característicos de crianças com
Síndrome de Down. Porém, muito de seu comportamento estará relacionado a seu
nível de desenvolvimento. Então, quando ocorrem problemas, eles são geralmente
parecidos com aqueles vistos em crianças de desenvolvimento típico mais novas.
Além disso, crianças com Síndrome de Down cresceram tendo que lidar com
mais dificuldades do que muitos de seus colegas. Muito do que se espera que
eles façam em seu dia-a-dia será muito mais difícil de conseguir fazer devido a
seus problemas de comunicação, audição, memória, coordenação motora, concentração,
e dificuldade de aprendizado. Os problemas de comportamento podem, portanto,
ser desencadeados em algumas situações aparentemente banais. Por exemplo, eles
podem se sentir frustrados ou ansiosos com mais facilidade. Então, o fato da
criança ter Síndrome de Down não necessariamente quer dizer que ela vá
apresentar inevitavelmente problemas de comportamento, mas a natureza de suas
dificuldades os fazem mais vulneráveis a desenvolver problemas de
comportamento.
Uma questão particular dos problemas de comportamento são as estratégias
para escapar das tarefas. Pesquisas mostram que, como muitos alunos com
necessidaes educacionais especiais, crianças com Síndrome de Down costuma
adotar estas estratégias que comprometem o progresso de seu aprendizado. Alguns
alunos usam comportamentos anti-sociais para distrair a atenção dos adultos e
escapar do trabalho, e parecem apenas aceitar fazer tarefas que exigem muito
pouco de sua capacidade cognitiva.
É importante o professor ficar atento à possibilidade destas estratégias
e saber separar comportamento imaturo de mau-comportamento deliberado, e
assegurar que o nível de desenvolvimento e não a idade cronológica da criança
seja levado em consideração, junto com sua capacidade de entender instruções
dadas oralmente. Qualquer recompensa a ser oferecida trambém deve levar em
conta estes fatores.
ESTRATÉGIAS
- Assegurar que as regras são claras
- Assegurar que todos os funcionários da escola saibam que a criança com
Síndrome de Down deve obedecer às regras como qualquer aluno.
- Utilizar instruções curtas, precisas e claras e gestos e expressões
que as confirmem – explicações longas e complexas não são apropriadas.
- Distinguir o “não consigo fazer” do “não vou fazer”
- Investigar qualquer comportamento inapropriado, perguntando a si mesmo
por que a criança está agindo deste modo: a tarefa é muito fácil ou muito
difícil ? A tarefa é muito longa ? O trabalho é adequado para a criança ?
- O aluno compreende o que é esperado dele ?
- Encorajar comportamento positivo desenvolvendo figuras de bom
comportamento. Por exemplo, mostrar uma foto da turma ou de um grupo arrumando
a sala direitinho, pode ser o bastante para encorajá-lo a fazer o mesmo.
- Reforçar o comportamento desejado imediatamente com sinais de
aprovação visuais ou orais.
- Ignorar tentativas de chamar a atenção dentro do possível – o seu
propósito é criar distração
- Desenvolver uma série de estratégias para lidar com a tentativa de
escapar: algumas funcionarão melhor que outras com algum um aluno em particular.
- Assegurar que o professor de apoio não seja o único lidando com o
mau-comportamento. O professor da turma tem a responsabilidade sobre a criança.
- Assegurar que a criança trabalhe com colegas que sejam bons modelos em
comportamento.
PRÁTICAS DE SALA DE AULA
Muitos alunos com Síndrome de Down, assim como outros alunos com
necessidades educacionais especiais, não se adaptam a algumas práticas de sala
de aula: aulas expositivas para a turma inteira, aprender ouvindo, e trabalho
de reforço baseado em exercícios sem modificação. Portanto, os professores
precisam analisar suas práticas de sala de aula e todo o ambiente de
aprendizado na classe de forma que as atividades, os materiais e os grupos de
alunos sejam levados em conta. Para certos propósitos, a habilidade será menos
importante do que os estilos de aprender de cada aluno. É importante, por
exemplo, utilizar a motivação e a oportunidade para aprender com bons modelos
que surgem quando o alunos com Síndrome de Down está trabalhando em grupo os
colegas.
Estudos mostram que não apenas os alunos com necessiades educacionais
especiais preferem trabalhar em grupo, mas o grupo cooperativo fomenta o
aprendizado.
ESTRATÉGIAS
Decida quando a criança deve trabalhar:
- Em atividades com toda a classe.
- Em grupo ou em pares na classe.
- Em grupo ou em pares numa área afastada.
- Individualmente independentemente ou individualmente com o professor.
Decida quando a criança deve ficar:
- Sem apoio.
- Com apoio dos colegas.
- Com apoio do professor assistente.
- Com apoio do professor da turma.
- Faça um Plano de Educação Individual para atingir determinadas áreas
que necessitem atenção.
- Produza uma grade de horários visualmente atraente para que a criança
entenda a estrutura do seu dia.
LEITURA
Há muitas pesquisas destacando a forte ligação entre a leitura e o
desenvolvimento da linguagem em crianças com Síndrome de Down e a leitura é uma
área do currículo em que muitas destas crianças podem se sair muito bem. Como a
palavra escrita faz com que a linguagem se torne visual, os textos impressos
superam a dificuldade do aprendizado pela audição.
A leitura pode portanto ser usada para:
- Ajudar o entendimento.
- Ajudar a acessar o currículo.
- Melhorar as habilidades de fala e linguagem.
ESCRITA
Produzir qualquer forma de trabalho escrito é uma tarefa muito complexa.
As dificuldades de memória curta, fala e linguagem, sistema motor fino e
organização e sequenciamento de informação provocam um impacto considerável na
aquisição e desenvolvimento da escrita para muitos alunos com Síndrome de Down.
Áreas de especial dificuldade:
- Colocar as palavras em sequência para formação da frase.
- Colocar eventos-informação em sequência na ordem correta.
- Organização de pensamentos e informação relevante no papel.
ESTRATÉGIAS
- Investigar recursos adicioais para ajudar a escrita como um processo
físico – diferentes tipos instrumentos para escrever, apoio tátil para empunhar
o lápis, linhas grossas, quadrados no papel para limitar o tamanho da letra,
papel com pauta, quadriculado, quadro individual para escrever, programas de
computador.
- Oferecer apoio visual – flash cards (cartões de leitura com figura ou
foto e palavra), palavras-chave e símbolos gráficos escritos em cartões.
- Oferecer métodos alternativos de memorização: sublinhar ou circular a
resposta correta, sequência de frases com cartões, programas de computador
específicos, utilizar o método Cloze (subtração sistemática de palavras,
substituídas por lacunas num texto a ser aprendido).
- Garanta que os alunos só escrevam sobre assuntos que estejam dentro de
sua experiência e entendimento.
- Ao copiar do quadro, sublinhe ou destaque uma versão mais curta que
focalize o que é essencial para o aluno.
- Encorajar o uso de letra cursiva para ganhar fluência.
ORTOGRAFIA
Como a leitura, não é indicado confiar apenas na fonética para resolver
problemas de ortografia, uma vez que muitas crianças com Síndrome de Down
estarão soletrando palavras a partir da sua memória visual. Porém, para
desenvolver e expandir sua habilidade de leitura elas vão precisar aprender
algumas noções fonéticas , mas o desenvolvimento nesta área pode ser mais lento
do que o de seus colegas.
ESTRATÉGIAS
Devido às habilidades de fala e linguagem mais fracas e o vocabulário
limitado, é importante:
- Ensinar palavras que eles entendam.
- Ensinar palavras objetivando promover o desenvolvimento de sua fala e
linguagem.
- Ensinar palavras necessárias para matérias específicas.
- Ensinar ortografia da maneira mais visual possível.
- Usar métodos multi-sensoriais – por exemplo,
olhe-cubra-escreva-cheque, cartões com figuras e palavras, acompanhar com o
dedo as letras.
- Reforçar os significados de palavras abstratas com figuras e símbolos.
- Colorir grupos e padrões de letras similares dentro das palavras.
- Oferecer um banco de palavras com figuras agrupado alfabeticamente
para reforçar o significado.
- Trabalhar atividades de ortografia no computador.
- Ensinar famílias de palavras simples e básicas.
Folheto produzido por Sandy Alton, da Down´s Syndrome Association, e
distribuído pelo Ministério da Educação britânico
Tradução Patricia Almeida
Versão/original/em/inglês/no/seguinte/link:
http://www.downs-syndrome.org.uk/pdfs/DSA%20A4%2012pp%20Primary.pdf
AutorLILIANE DOS GUIMARAES ALVIM NUNES - UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA
Coautor(es)
LUCIANNA RIBEIRO DE LIMA; FÁTIMA REZENDE NAVES DIAS; GLÁUCIA
COSTA ABDALA DINIZ
Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino Componente
Curricular Tema
Ensino Fundamental Inicial Ética Respeito mútuo
Ensino Fundamental Inicial Ética Solidariedade
Ensino Fundamental Inicial Ética Justiça
Ensino Fundamental Inicial Ética Diálogo
Dados da Aula
O que o aluno poderá aprender com esta aula
a) Expressar seus sentimentos e idéias por meio da
representação de papéis.
b) Valorizar as diversas manifestações artísticas, dentre
elas o teatro, enquanto um recurso importante para a formação humana.
c) Usar a imaginação para criar histórias curtas, porém com
sentido, passíveis de serem representadas por meio de uma peça de teatro.
d) Conhecer projetos sociais em que o teatro é utilizado
como ferramenta para a inclusão social.
Duração das atividades
Duas ou mais aulas de 50 minutos
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Não há necessidade de se trabalhar conhecimentos prévios.
Estratégias e recursos da aula
Comentários ao/a professor/a:
Professor/a não restam dúvidas sobre o quanto o teatro
(enquanto uma manifestação artística) vivenciado nas escolas pode contribuir
para a formação humana dos/as alunos/as, uma vez que promove a sensibilização
dos/as mesmos/as, despertando sentimentos diversos, provocando reflexões sobre
a sua própria vida e da sociedade de uma maneira geral. Nesse sentido, dar
oportunidade as crianças de encenarem peças de teatro no ambiente escolar e/ou
em outros ambientes contribui para que as mesmas aprendam a refletir sobre
temáticas do cotidiano, entrem em contato com a emoção, tornando-as mais
sensíveis e possivelmente mais conscientes de sua participação na vida em
sociedade. Referendamos a fala de Amaral (2010) ao escrever: “Se o teatro é a
imagem do homem e da vida em cena, ele pode sim trazer as mais diversas
questões para o debate. E quando essas questões são colocadas diante de
crianças e adolescentes, você faz com que eles adquiram uma determinada
consciência. Dessa forma, o teatro pode ser um instrumento de transformação na
medida em que faz refletir, por exemplo, as condições de vida de determinada
comunidade a partir de conteúdos e temáticas propícios a reflexões”. Assim essa
aula tem o propósito de auxiliar os/as alunos/as na percepção do teatro
enquanto uma importante ferramenta de aprendizagem no âmbito da educação e na
inclusão social das pessoas.
Atividade 1:
1º Momento: Professor/a, inicie sua aula esclarecendo
que essa será uma aula diferente em que todos os presentes experimentarão o
lugar de “Artistas por um dia”. Dizer que cada um terá a oportunidade de
representar um papel de um personagem de uma história. Para isso, professor/a
você precisará levar para a sala vários livros infantis e uma caixa com vários
objetos, a saber: fantasias, acessórios, máscaras, maquiagem, peças de cenário,
calçados, dentre outros.
2º Momento: Dividir o grupo em 4
sub-grupos e solicitar aos alunos que escolham uma história infantil para
representar. Professor/a você poderá disponibilizar os clássicos infantis
(Chapeuzinho Vermelho, Os Três Porquinhos, Cinderela, O Patinho Feio, dentre
outros) que são conhecidos, praticamente, por todas as crianças.
3º Momento: Após essa etapa cada grupo
deverá dirigir-se até o centro da roda para buscar dentro da caixa alguns
acessórios que os auxiliem para a encenação da história. Professor, no site
“Livros Infantis” você verá opções de trabalhar com os/as alunos/as a
representação de papéis por meios de histórias infantis. Acesse o endereço
abaixo e confira:
4º Momento: Explorar com os/as alunos/as: Como
foi participar desse teatro? O que vocês aprenderam por meio dessa atividade?
Como foi "fazer de conta" que era um animal, ou outra pessoa? será
que quando as pessoas fazem de conta que são personagens elas se transformam
nos mesmos?
Atividade 2:
1º Momento: Professor/a, para essa atividade é
necessário que você leve duas folhas de papel sulfite emendadas e dobradas como
se fosse uma sanfona. As dobras poderão medir cerca de 3 centímetros cada.
Convide os /as alunos/as para se sentarem em círculo no chão e explicar que a
atividade que irão realizar vai exigir muita atenção, concentração e
criatividade. Oriente os/as alunos/as que a folha juntamente com uma caneta
hidrocor irão passar de mão em mão para que cada aluno/a dê continuidade ou
complete a idéia da frase anterior. À medida que a “sanfona” for passando os/as
alunos/as só poderão ler o que estiver escrito na dobra anterior. Ex: O
professor inicia com a seguinte frase: “Era uma vez uma menina chamada”... O
aluno que estiver na seqüência fará a leitura em voz baixa dessa primeira frase
e completará a mesma com: “Juliana. Juliana gostava muito de brincar de boneca...”
O próximo aluno poderá ler apenas a frase que estiver na segunda dobra e assim
por diante até perpassar todos os alunos.
2º Momento: Após finalizar essa etapa o/a professor/a
convidará inicialmente uma criança para fazer a leitura do texto completo em
voz alta e depois duas ou três crianças para representarem a cena
criada/construída pelo grupo. Professor/a torna-se fundamental abrir
possibilidade para os próprios alunos/as manifestarem o interesse em
participar, evitando criar situações de constrangimento ao indicar alguém.
3º Momento: Explorar com os/as alunos/as: Como foi
participar dessa atividade? A atividade apresentou grau de dificuldade? Exigiu
muito dos/das alunos/as? Em que sentido? O que foi possível perceber por meio
dessa atividade? Professor/a, faz-se necessário incentivar os/as alunos/as a
vivenciarem o improviso, uma vez que o nosso cotidiano atual tem exigido cada
vez mais das pessoas que tenham habilidade para lidar (de forma equilibrada e
tranqüila) com as situações emergenciais que lhes acontecem. Nesse sentido dar
oportunidade as crianças de representar papéis, improvisar, vivenciar
diferentes emoções pode contribuir para prepará-las para os imprevistos e
improvisos da vida.
Atividade 3:
1º Momento: Assistir ao vídeo: “Projeto
usa teatro para a Inclusão social de deficientes físicos”
2º Momento:
Dividir o grupo em duplas para que respondam as seguintes
questões:
1) Vocês consideram que o teatro emociona as pessoas? De que
forma?
2) Quais são os sentimentos que uma peça de teatro pode
provocar em seu público? E nos próprios atores?
3) Na sua percepção, quando as pessoas se colocam no lugar
do outro é possível vivenciar os sentimentos e a emoção do outro? Justifique
sua resposta.
4) Vocês acreditam que a experiência de representar papéis
auxilia as pessoas? Em caso afirmativo, exemplifique. Em caso negativo,
justifique.
3º Momento:
Socializar a tarefa, sendo que cada dupla apresentará as
suas respostas. A partir disso, o professor deverá promover um debate sobre o
tema: “A inclusão por meio do Teatro”
Recursos Complementares
Referência bibliográfica: Entrevista com Lindolfo
Amaral, disponível em:
Livro digital: “Arte e responsabilidade social-
inclusão pelo teatro e pela música”- Viviane Louro. Disponível em:
Vídeo Youtube: “Projeto Oferece Oficinas” .
Disponível em:
Professor/a, no endereço abaixo você encontrará várias
sugestões de livros que abordam sobre teatro e teatro-educação para serem
trabalhados com crianças e jovens.
Avaliação
Professor/a procure perceber se os/as alunos/as conseguiram
se envolver nas atividades de interpretação, mesmo aquelas crianças que se
apresentam mais retraídas no dia a dia da sala de aula. Observe se os/as
alunos/as tiveram respeito pela fala dos colegas e pela participação dos mesmos
nas atividades propostas. Se possível, professor/a, é fundamental que você
tenha registrado, no decorrer das atividades, as escollas das histórias, dos
personagens, dentre outras escolhas feitas pelas crianças que revelam questões
subjetivas das mesmas, importantes de serem conhecidas pelos/as professores/as
para que sejam mediadas e cuidadas. Identifique os sentimentos despertados nas
crianças no momento das atividades, incentivando que os colegas sejam
solidários aos mesmos. Solicite aos/as alunos/as que avaliem por meio de três
expressões: "Que bom!", "Que pena!" e "Que
tal!" o que sentiram em relação as atividades desenvolvidas nessa
aula. Por fim, peça que os/as alunos/as respondam por escrito individualmente
as seguintes questões:
1) O que é inclusão para você?
2) De que forma o teatro pode auxiliar a inclusão social das
pessoas?
Um amigo diferente? Como trabalhar a inclusão com as crianças no cotidiano escolar? (UCA)
AutorLaís de Castro Agranito - UBERLANDIA - MG ESC DE EDUCACAO BASICA
Co-autor(es) Aline Rodrigues Cantalogo, Denize Donizete
Campos Rizzotto, Kellen Cristina Costa Alves Bernardelli e Rones Aureliano de
Sousa.
- Compreender a importância dos sentidos;
- Respeitar e valorizar as diferenças de cada sentido;
- Explorar uma história literária;
- Interpretar informações;
- Realizar pesquisas;
- Conhecer o alfabeto Braille e instrumentos utilizados para a leitura e escrita dos deficientes visuais;
- Desenvolver habilidades de escuta e respeito à leitura de colegas.
Duração das atividades
Aproximadamente 300 minutos – cinco (5) aulas de 60 minutos
cada
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Para a realização dessa aula é necessário que os alunos
tenham desenvolvido noções sobre a utilização de recursos do Classmate como:
navegar com o Mozilla Firefox, utilizar o Kword,a Webcam e
o Tux Paint. Estar inserido no processo de
alfabetização.
Estratégias e recursos da aula
Prezado professor, essa aula foi estruturada buscando
contemplar atividades que possam ser trabalhadas com alunos de instituições
incluídas no Programa “Um Computador por Aluno” (PROUCA) do MEC. Nesse sentido,
indicamos o uso do Classmate, ou seja, o laptop que os alunos e professores
receberam do Programa. Porém, ressaltamos que todas as atividades aqui
propostas podem ser adaptadas e aproveitadas por professores de instituições
não incluídas no PROUCA, contemplando por sua vez, as especificidades de cada escola,
professor e aluno. Para isso, ao longo das atividades apresentamos
possibilidades que podem ser desenvolvidas pelos docentes que não possuem este
recurso em sua escola. Conte conosco para sugestões de adaptações!
1ª Atividade – aproximadamente 60 minutos
DISCUTINDO O TEMA: deficiência visual
- Professor, a pluralidade é algo muito importante a ser
trabalhado na sala de aula, bem como as diferenças de cada um. Nesse sentido,
esta aula tem o objetivo de contribuir com ideias de como se trabalhar com as
diferenças e especificamente, com a deficiência visual.
- Nesse sentido, se em sua sala tiver algum aluno ou um
familiar com deficiência visual você poderá explorar a temática buscando
desenvolver com as crianças atitudes de respeito e inclusão.
- Caso não haja nenhuma pessoa com deficiência visual em sua
escola, você poderá trabalhar também, pois as crianças precisam aprender desde
cedo as diferenças de cada um e a respeitá-las e valorizá-las. Neste caso, você
poderá introduzir o trabalho sobre a deficiência visual partindo do tema sentidos.
- Inicie sua aula organizando os alunos em uma roda de
conversa e estimule-os a falarem sobre suas sensações e experienciarem os seus
sentidos.
- Uma sugestão é a criação de uma “Caixa dos
sentidos”, na qual você poderá levar alguns materiais para a rodinha,
para que as crianças possam tocar, cheirar, degustar, ouvir e visualizar. Faça
a caixa utilizando materiais que estimulem os sentidos dos alunos ao tocá-la,
como lixa, algodão, perfume, dentre outros materiais.
Questione-as sobre:
- Toquem o rosto de vocês. O que estão sentindo?
- Hoje está calor ou frio?
- Puxem o ar pelo nariz. Que cheiro vocês estão sentindo?
- Olhem ao seu redor e me digam: o que vocês estão vendo?
- Fiquem em silêncio e relatem que sons vocês estão escutando.
- Que tal comer um bombom? ( Nesse momento, entregue um bombom ou bala para cada um de seus alunos e solicite que eles degustem).
- Nossa, quantas sensações! Como será que sentimos todas elas?
- Mesmo se em sua sala tiver alguma criança com algum tipo
de deficiência, você poderá realizar esses questionamentos, para que os alunos
percebam que somos diferentes e que nem todos podemos ter as mesmas sensações.
- Em seguida, converse com as crianças sobre os cinco
sentidos e diga-lhes que temos em nosso corpo órgãos responsáveis por essas
sensações. Temos o nariz responsável pelo sentido do olfato, a língua que nos
propicia o paladar, a pele responsável pelo tato, os ouvidos pela audição e os
olhos pela visão.
- Depois, converse com eles explicando-lhes que algumas
pessoas podem ser privadas de sensações por algum tipo de deficiência, como por
exemplo, a visual e auditiva. Pergunte a eles se conhecem alguém que tem algum
tipo de deficiência. Como nosso foco é explorar a deficiência visual,
enfatizaremos essa deficiência ao longo desta aula.
- Caso em sua escola tenha alguma pessoa com deficiência
visual, ou você e seus alunos conheçam algum, convide-o para uma conversa com
seus alunos na qual ele poderá relatar como é ser uma pessoa com deficiência
visual, suas dificuldades, facilidades e superações.
Desenhando de olhos vendados:
- Proponha, como atividade de registro que seus alunos
fiquem de olhos vedados e produzam um desenho. Para tanto, divida-os em duplas
e peça para que um colega vede os olhos do outro para desenhar e vice-versa.
- Distribua folhas de papel A3, canetinhas, lápis de cor,
giz de cera ou tinta.
- Caso opte por utilizar o laptop de seus
alunos, eles poderão fazer os desenhos utilizando a ferramentas do Tux
Paint (metasys/edusyst/arte e música/ pintura digital).
- Depois de desenharem, oriente-os a socializarem seus
desenhos e relatarem o que sentiram com essa vivência.
- Exponha as produções dos alunos em um mural ou varal na
sala de aula.
2ª Atividade – aproximadamente 60 minutos
EXPLORANDO UMA HISTÓRIA LITERÁRIA: um amigo especial
- Professor, a literatura infantil além de contemplar o
imaginário, a criatividade e ludicidade do universo infantil, pode ainda ser um
valioso instrumento para trabalhar diversas temáticas com os alunos.
- Nesse sentido, nossa sugestão é que você explore com eles
a história “Cocoricó: um amigo especial” da autora
Cristiane Pederiva, editora Melhoramentos do ano 2006. Essa história aborda a
questão da deficiência visual de forma lúdica, e retrata o cotidiano de Mauro,
mostrando objetos e recursos que ele utiliza para aprender e viver.
Fonte: acervo da autora
Sinopse:
“Júlio convida Mauro, seu grande amigo, para ir estudar
com ele na fazenda Cocoricó. A turminha conhece Mauro e fica sabendo que ele
precisa de ajuda de uma bengala para caminhar e que, para escrever, usa caneta
e um caderno bem diferentes. Júlio descobre que, mesmo sem enxergar as pessoas
podem ler, escrever, contar histórias e brincar de coisas muito divertidas.Um
amigo especial é um título da série Diferenças e Costumes,
em que as histórias destacam a harmonia na convivência entre diferentes e
as relações que se formam a partir da tolerância e da boa vontade.”
Fonte: PEDERIVA, Cristiane. Um amigo
especial – Cocoricó – Diferenças e Costumes. São Paulo: Editora
Melhoramentos, 2006.
- Inicie o trabalho com a história explorando com seus
alunos a capa do livro. Para tanto, providencie o livro e leve-o para a rodinha
na sala de aula, assim os alunos poderão visualizá-lo e manuseá-lo.
- Mostre a capa do livro e estimule-os a fazer inferências,
questionando-lhes:
- O que tem na capa deste livro?
- Quem o escreveu?
- Como é que ele chama?
- Sobre o que vocês acham que essa história fala?
- Como são os personagens que aparecem na capa? Eles são iguais? Por que será que um deles está de óculos escuros?
- O que ele está segurando?
- Deixe que os alunos conversem uns com os outros e exponham
suas opiniões.
- Antes de iniciar a leitura, explore as ilustrações do
livro. E a cada página questione-os sobre o que eles acham que está
acontecendo.
- Posteriormente, proponha a contação dessa história. Para
contar a história, você poderá utilizar fantoches, convidar outros professores
para participarem da contação e se caracterizarem de acordo com os personagens,
ou então, providencie o livro para utilizá-lo na rodinha.
- Após a contação da história, dialogue com seus alunos
sobre:
- O que vocês acharam da história?
- Como era Mauro?
- O fato de ele deficiente visual o atrapalhou a fazer alguma coisa?
- O que ele usava para escrever sua redação?
- O que é uma reglete? Vocês já viram alguma?
- Que instrumento ele utilizava para ajudá-lo a se locomover?
- Alguém aqui já ouviu falar em Braille? O que vocês acham que é isso?
- Discuta com os alunos na rodinha que as pessoas deficientes
visuais utilizam os outros sentidos para perceberem o mundo a sua volta, e
que Braille é um sistema de comunicação utilizado pelos
deficientes visuais para se comunicar. E diga-lhes que posteriormente
vocês irão aprofundar esses questionamentos realizando uma pesquisa.
Interpretando a história:
- Proponha para os alunos uma atividade de registro na qual
eles poderão explorar a leitura e a escrita, bem como a interpretação de
informações. Veja a seguir uma sugestão:
História : Um amigo especial
1. Preencha os espaços abaixo com os dados da história
que se pede:
Título:
Autor (a):
Editora:
Ano de publicação:
2. Marque um X para as alternativas corretas:
A história se passa em uma:
( )
escola
( )
praia
( ) fazenda
O personagem Mauro é deficiente:
( )
auditivo
( )
visual
A deficiência de Mauro está relacionada à qual sentido?
( ) tato
( ) paladar ( )
olfato ( ) visão
( ) audição
Para se locomover Mauro utiliza uma:
( )
muleta
( ) cadeira de
rodas
( ) bengala
Para escrever manualmente Mauro utiliza uma:
( )
reglete
( ) caneta
3. Por que Mauro e Julio preferiram brincar no paiol ao
invés de brincar no quintal?
4. Como Mauro fez para reconhecer Caco, saber que ele
estava com fome e que a vovó tinha feito um bolo?
Outras sugestões de atividades que podem ser
trabalhadas a partir da história:
- Ilustrar a parte da história que mais gostou;
- Inventar e escrever outro final para a história;
- Disponibilizar imagens da história para que eles coloquem em sequência;
- Desenhar Mauro e descrever suas características;
- Confeccionar fantoches dos personagens;
- Procurar em revistas e jornais, imagens de pessoas portadoras deficiências e montar um painel;
- Produzir um texto a partir de imagens da história;
- Dentre outras.
Professor, solicite que seus alunos levem seus laptops para
casa e realizem a seguinte atividade:
1) Convide seus familiares para brincar de cabra-cega.
Para tanto, uma pessoa deverá vedar os olhos e tentar encontrar as outras que
estão na brincadeira. Lembre-se de realizar a brincadeira em um espaço amplo e
seguro, evitando assim que alguém se machuque, pois estarão de olhos vedados.
2) Vocês poderão fotografar a brincadeira
utilizando a Webcam localizada na área de trabalho de
seu laptop. Depois, peça ajuda de seus familiares para
produzirem um texto contando sobre a vivência com a brincadeira. Para tanto,
vocês poderão utilizar Kword (metasys>aplicativos
>ferramentas de produtividade>suíte de escritório>processador de
textos) para registrarem. Depois, deverão salvar em um arquivo
para socializar na próxima aula com os colegas.
3ª Atividade – aproximadamente 60 minutos
SOCIALIZANDO
- Professor, reserve esse momento para que os alunos
socializem a tarefa de casa. Para tanto, eles poderão levar os laptops para
a rodinha, mostrar as fotos e lerem os textos que produziram sobre a vivência
com a brincadeira cabra-cega.
- Lembre-se de reforçar a importância de valorizar os
sentidos que possuímos, de respeitar e auxiliar as pessoas com algum tipo de
deficiência.
- Em relação aos deficientes visuais, são orientações
relevantes de se trabalhar com seus alunos:
- Dialogue normalmente com a pessoa deficiente visual, sem alterar a voz e a velocidade da fala;
- Antes de ajudar alguém com essa deficiência, pergunte como ele quer que você haja;
- Ao explicar a direção a um deficiente visual, seja claro e específico. Identifique obstáculos no caminho;
- Para guiar uma pessoa cega, segure-a pelo braço de preferência cotovelo ou ombro.
4ª Atividade – aproximadamente 60 minutos
PESQUISANDO EM SALA...
- Professor, são muitas as informações para abordar sobre a
deficiência visual com seus alunos. Você poderá propor uma pesquisa na internet,
para que as crianças procurem saber sobre os instrumentos utilizados por
pessoas deficientes visuais para ler, escrever, fazer cálculos, dentre outros.
Para tanto, eles deverão acessar os sítios de pesquisa utilizando seus laptops por
meio do Mozilla Firefox (metasys> favoritos>navegador de
internet).
- Você também poderá levá-los até o Laboratório de
Informática de sua escola para que façam a pesquisa. Poderá também convidar um
professor especialista em Educação Especial, que trabalhe ou tenha trabalhado
com deficientes visuais, para que ele conte sua experiência e leve materiais
para que os alunos possam visualizar.
Veja alguns sítios nos quais você poderá pesquisar com seus
alunos questões relativas a deficiência visual:
- No sítio http://www.lerparaver.com/node/146, você encontra explicação de como surgiu o Braille.
“Por volta de 1815 a França andava envolvida em múltiplas
guerras. As constantes mensagens que circulavam não podiam ser lidas de noite
já que, para tal, era necessária luz, o que despertaria o inimigo. Assim, o
oficial de artilharia Charles Barbier, inventou um processo de escrita em
relevo, por pontos, que pudesse ser lida com os dedos, sem necessidade de luz.
Chamou-se a esse sistema escrita noturna. Louis Braille, que cegara aos três
anos por acidente, em 1812, encontrava-se a estudar na Instituição Nacional dos
Jovens Cegos de Paris quando teve conhecimento da escrita noturna. Entrou logo
em contacto com Charles Barbier, estudou o seu sistema, aperfeiçoou-o e
reduziu-o para seis pontos. Este novo método tornou-se universal sob o seu
nome: Método da Escrita Braille, que se resume na célula Braille”.
2. Neste sítio http://www.youtube.com/watch?v=8b3RW3OcH2o&feature=related você
encontra um vídeo apresentando o alfabeto Braille.
3. O sítio http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/braille.htm disponibiliza
imagens e explicações sobre instrumentos utilizados pelos deficientes visuais
para ler e escrever.
“O braille é um sistema de escrita utilizado por nós
cegos. Ele recebe o nome de seu inventor ( Louis Braille), que também era cego,
e com 15 anos inventou o sistema. O braille é composto por 6 pontos em relevo,
que formam 63 combinações. Com ele é possível fazer letras, números, símbolos
químicos e matemáticos”.
A escrita do Braille pode se realizar por várias
maneiras:
Reglete e o punção: A pessoa prende o
papel na reglete, e com o punção vai fazendo a combinação de pontos que formam
as letras.
Máquinas de datilografia: Existem muitos
modelos de máquinas de datilografia. Com elas o trabalho se torna muito mais
rápido que na reglete, pois a pessoa não precisa fazer ponto a ponto com o
punção.
Com o avanço da informática, já é possível produzir um
Braille com ótima qualidade em impressoras especiais. Também já é possível
imprimir gráficos, o que não era possível nas máquinas de datilografia.
4. O sítio http://intervox.nce.ufrj.br/~fabiano/soroba.htm dispõe
a imagem e explicação sobre o sorobã (aparelho de cálculo e utilizado para
registrar números).
- Ao final da pesquisa, converse com seus alunos
explicando-lhes que apesar de terem esses materiais muitas escolas não os
disponibilizam, e muitas crianças cegas não têm condições de adquirir esse
material. Essa deve ser uma luta não somente dos deficientes visuais mais de
todos nós, pois todos ganham com essas oportunidades de aprendizagem.
5ª Atividade – aproximadamente 60 minutos
COMO DEFICIENTES VISUAIS: aprendendo novas técnicas e
arte
- Professor, para finalizar esse trabalho sugerimos duas
atividades nas quais os alunos poderão vivenciar e aprender técnicas utilizadas
pelos deficientes visuais.
Dinâmica: aguçando os sentidos
- Professor, para essa dinâmica providencie instrumentos
musicais como: reco-reco, apito, tambor, flauta, dentre outros. E tiras de
tecido preto para vedar os olhos dos alunos.
Como fazer:
1. Divida os alunos em dois grupos. Em um dos grupos será
vedado os olhos dos alunos, e no outro cada aluno receberá um instrumento
musical.
2. Leve os alunos para um lugar amplo e sem obstáculos, ou
então afaste os móveis da sala de aula para que eles não se machuquem durante a
dinâmica;
3. Os alunos que estão com os instrumentos deverão se
espalhar pela sala e os que estão com os olhos vedados devem encontrá-los
utilizando os outros sentidos, especialmente o da audição, pois os alunos
estarão tocando os instrumentos para serem encontrados.
4. Troque os alunos de grupo de forma com que eles se
revezem vedando os olhos e tocando os instrumentos;
- Ao final da dinâmica, peça que eles relatem na rodinha
quais estratégias e sentidos eles utilizaram para encontrar os amigos, mesmo
estando com os olhos vedados.
- Eles poderão filmar a brincadeira utilizando a Webcam que
está localizada na área de trabalho de seus laptops.
Ou então fazer um desenho sobre a dinâmica.
Desenhando como os deficientes:
- Inicie esta atividade solicitando que os alunos vejam o
vídeo “Ensino do Desenho para crianças Cegas - Diele
Fernanda”. Para tanto, eles deverão acessar o sítiohttp://www.youtube.com/watch?v=decBO5FjjMk
por meio do Mozilla Firefox(metasys> favoritos>navegador de
internet). No vídeo são mostradas técnicas de pintura e
desenho utilizadas com crianças cegas, e você poderá realizar algumas com seus
alunos.
- Lembre-se que eles deverão estar com os olhos vedados para
vivenciarem a ausência da visão.
- Para esta atividade, você deverá providenciar telas de
pintura, alfinetes, barbante ou lã, pincel, lápis de escreve e de cor, tinta e
papel.
- Convide um professor de artes de sua escola para lhe
auxiliar nesse trabalho propondo um trabalho interdisciplinar. Fotografe ou
filme esse momento, utilizando a Webcam que
está localizada na área de trabalho de seus laptops.
Exemplos de técnicas apresentadas no vídeo:
- Espetar os alfinetes em uma tela de pintura no formato de algum desenho com coração, árvore, formas geométricas, dentre outros. E solicitar que os alunos coloram, pintem ou contornem a forma feita com alfinetes.
- Colar barbantes ou pedaços de lãs em uma tela de pintura ou no papel, em formato de algum desenho e solicitar que os alunos coloram, pintem ou contornem a forma feita com a lã ou barbante, formando assim seus desenho.
- Para finalizar, faça uma exposição com os desenhos dos
alunos e as fotos desse momento. Eles vão adorar!
Recursos Complementares
Alguns filmes para trabalhar em suas aulas:
- Além dos meus olhos;
- A primeira vista;
- A cor do paraíso;
- Ray Charles (musical);
- Encontro às escuras;
- Silencio (drama);
- Surdos, cegos e loucos (comédia);
Livro:
SARAMAGO, José. Ensaio sobre a cegueira.
Editora: Companhia das letras. 1995.
Artigo:
Documentário: As cores das flores
Avaliação
Professor, a avaliação deverá ser um processo contínuo de
reflexão, em todas as atividades propostas. Observe a participação e
envolvimento dos alunos ao longo do trabalho, analise se eles compreenderam a
importância dos sentidos, especialmente o da visão, se respeitaram e
valorizaram as diferenças de cada um, exploraram a história literária
interpretando informações contidas nela, realizaram pesquisas e
conheceram o alfabeto Braille e instrumentos utilizados para a
leitura e escrita dos deficientes visuais
Um abraço - Professora Andréa.
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