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terça-feira, 26 de junho de 2012

Atenção: Limites com crianças especiais também faz parte do processo educativo !


REFLETINDO SOBRE: LIMITES COM CRIANÇAS ESPECIAIS

Jussara Lensen Pedroso 




Na atualidade, o interesse em discutir as questões dos limites tem se intensificado por parte de estudiosos, professores, pedagogos, psicólogos ocupando espaço e destaque nos meios de comunicação. A discussão gira, principalmente, em torno das dificuldades que pais e professores encontram em estabelecer de maneira mais adequada estes limites.
É importante para o desenvolvimento infantil que a criança conviva com regras claras, que lhe indiquem como agir e as conseqüências de sua conduta, pois necessitará mais tarde  destas  nas suas  mais variadas formas  de relação. Estabelecer os limites necessários, no momento certo, para a criança, auxiliará no seu desenvolvimento sadio.
Entendemos desta forma que os limites também são necessários as crianças que apresentam necessidades especiais, dificuldades significativas no seu desenvolvimento, sejam elas físicas, cognitivas ou motoras. Para estas crianças, as regras ou limites serão fundamentais para seu crescimento. Orientações e noções de como agir em determinadas situações permitirá que a mesma possa organizar e ajustar seus comportamentos, permitindo também que seja capaz de controlar seus impulsos. A partir de regras simples e compreensíveis não ficará com a idéia de que seus caprichos devam ser atendidos, ou utilizando suas dificuldades para encontrar seu espaço dentro da família ou nas suas relações sociais.

Por outro lado, os pais de criança com necessidade especial, poderão encontrar dificuldades de estabelecer ou dar os limites necessários, pois justificam que o filho não é capaz de entender o certo e o errado. É necessário, porém que a família perceba que o filho é um ser social e, portanto, sendo suas atitudes inadequadas, como mais um meio de discriminação e exclusão. Hoje quando a sociedade exige com propriedade, a inclusão de crianças com necessidades especiais assegurada na lei, torna-se necessário entender o quanto é importante para estas crianças adquirirem formas de comportamento (relativamente adequadas), para que não sejam marginalizadas ou excluídas neste meio social.

As limitações que este filho apresenta, poderá gerar nestes pais muito sofrimento, desolação, culpas e uma série de sentimentos aos quais poderão não estar preparados para enfrentar. Esta criança especial poderá apresentar limitações temporárias ou permanentes, exigindo dos pais esforço, dedicação, compreensão e uma busca desesperada de ajuda e orientação. Porém, embora esta criança encontre limitações a nível físico, intelectual, afetivo e social, ela necessariamente tem condições de compreender aquilo que os pais ensinam o que deve ou não fazer, de que forma deve ser feito, como se vestir, tomar banho, alimentar-se, mesmo que sendo supervisionada, mas que lhe seja dada a autonomia de tentar fazer.
Os pais por desconhecimento, ou muitas vezes pela falta de orientação em relação a estas limitações e das capacidades dos filhos, ficam inseguros e temerosos, não sabendo até que ponto podem exigir destes, assim superprotegem os  mesmos, não conseguem sustentar uma ordem, cedendo as vontades dos filhos, sentindo pena, entendendo que estes não tenham compreensão para o que podem ou não podem fazer, assim como do que seja certo ou errado.
Glat (2003) esclarece que, atitudes superprotetoras e os pais ao deixarem de fazer correções aos comportamentos inadequados das crianças especiais, estarão impedindo que estas sejam autônomas e independentes, bem como dificultarão que as mesmas tenham relações sociais saudáveis. Percebemos assim, que esta criança não poderá ser negligenciada nas suas aprendizagens precisando ter clara as noções de limites.

A família constitui o primeiro universo de relações sociais servindo, através das suas ações como modelo de identificação para a criança. Esta influencia no desenvolvimento e crescimento infantil. É nela que a criança encontra-se um tempo maior, sendo assim, é neste ambiente que ela aprende e mantém suas aprendizagens. Desta forma os familiares também são os responsáveis em reforçar comportamentos certos ou errados. Podemos entender assim que com crianças especiais os pais acabam reforçando muitas vezes comportamentos desta natureza.
Ao ingressar na escola será exigido desta criança que execute tarefas e que tenha comportamento sociável. Portanto precisará ter vivenciado e assimilado certos comportamentos adequados para que tenha condições de cumprir o que é esperado dela. Porém, se a criança não vivenciou na família normas de relacionamentos, na escola encontrará dificuldades de executar estes comportamentos gerando problemas disciplinares e de aprendizagem.
Podemos acreditar que os limites para a criança especial favorecerão na sua organização mental, facilitando assim um comportamento adequado socialmente, mesmo que estas crianças apresentem uma menor capacidade de entender as regras e de suportar frustrações.  Assim será possível que a criança com necessidades especiais, embora tenham alguns atrasos no seu desenvolvimento, o estímulo, o entendimento e as cobranças de limites por parte dos educadores, permitirão que estas possam dar conta do que lhe é exigido a partir dos recursos que possuam e das capacidades e experiências que tenham vivenciado.


Referências:
BUSCAGLIA, Leo F. Os deficientes e seus pais/ Tradução de Raquel Mendes- 4ª ed. Rio de janeiro: Record, 2002
GLAT, Rosana; DUQUE, Maria A. T. Convivendo com filhos especiais: o olhar paterno. Rio de Janeiro: Viveiros de Castro Editora Ltda, 2003.
MACHADO, Patrícia B. Comportamento infantil: estabelecendo limites. Porto Alegre: Mediação, 2002.



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